Era comum, num mundo ainda desconectado da internet, que artistas/grupos fizessem sucesso local por anos em seus países de origem e, quando eram lançados no Brasil, já viessem com diversas músicas boas simultâneas, inclusive sendo apresentados localmente com álbuns de coletânea.
Dois exemplos que me lembro são as bandas Culture Club e The Cure. A primeira se tornou conhecida aqui no Br através das rádios em 1984, ano em que lançou o terceiro álbum e teve 10 singles seguidos ao longo de 84 e 85.
Já a banda The Cure ficou conhecida no Br em 1986 através do álbum coletânea "Standing on a Beach: The Singles", quando já tinha cinco álbuns gravados (e estava lançando o sexto). Como resultado foram 12 singles através de 1986.
Acompanhando a consolidação do estilo, na época chamados de New Wave (hoje mais referidos como pós-punk e synth-pop), diversas outras bandas e artistas passaram a ter seus sucessos lançados aqui no Brasil simultaneamente com seus países de origem, mesmo que não tivessem singles de sucesso anteriores.
Essa situação de sucessos represados continuou com novos estilos musicais até o início dos anos 2000, quando a internet 2.0 se consolidou com a banda larga e redes sociais populares, facilitando a disseminação do trabalho de novos artistas em praticamente qualquer lugar do mundo.
Há dois anos, talvez mais, foi anunciado que a maioria das distros Linux não teriam mais versões x86, de 32 bits. Ok, praticamente ninguém mais usa essa arquitetura, salvo raras exceções, como eu com o fudebook (Intel Classmate-PC 1.5 / CCE CM52C, com processador Atom N270 de 32 bits).
Fudebook (Intel Classmate-PC 1.5 / CCE CM52C) com telas de 7 e 9 polegadas (o da direita está sem a forração de borracha, por isso é quase todo branco).
Mas dai, há pouco mais de 3 meses, coloquei em uso o meu velho notebook com processador Core 2 Duo, que apesar de ser 64 bits, me trouxe uma surpresa: os sistemas atuais e suas aplicações (especialmente navegadores) em versões de 64 bits consomem muita memória e fica muito desconfortável usá-los em equipamentos com até 4GB de RAM. Logo, logo ficará inviável (afinal, a tendência dos sistemas e dos apps é sempre "engordar").
CCE CLE225 (originalmente processador Core 2 Duo T6600 @ 2,2GHz, 2MiB de cache L2, 2GiB de RAM DDR2 em single channel, 250GBde HD - atualmente processador Core 2 Duo T8300 T9500 @ 2,4GHz 2,6GHz, 3MiB 6MiB de cache L2, 4GiB6GiB 8GiB de RAM DDR2 em dual channel, 240GB de SSD).
Ou seja, os dias estão contados não só para a arquitetura x86, de 32 bits, como também para que tem "pouca" memória.
PS (2022): O CCE CLE225 recebeu uma sobrevida (bem sofrida devido as exigências da web em 2022) com os upgrades de processador, memória e HD, mas um outro computador que tenho usado, o Lenovo Thinkpad T60 efetivamente sofre do problema de pouca memória. Apesar dos upgrades, seu limite de memória é de "apenas" 3GiB e, mesmo com processador de 64 bits (Core 2 Duo T7600), usar sistema operacional e aplicativos de 64 bits, especialmente navegadores web, é cansativo (te obriga a ficar monitorando o consumo de memória).
Lenovo Thinkpad T60 (originalmente processador Core Duo T2500 @ 2GHz, 2MiB de cache L2, 1GiB de RAM DDR2 em single channel, 100GB de HD - atualmente Core 2 Duo T7600 @ 2,33GHz, 4MiB de cache L2, 3GiB de RAM DDR2 em dual channel, 240GB de SSD)
Hoje, vendo mais um vídeo do canal Explaining Computers, onde foram comparados diversos single board computers, (Raspberry Pi 3B+, Rock64, LattePanda Alpha, Asus Tinker Board, Odroid XU4, LattePanda V1.0, NanoPi M4 e Khadas VIM 2) no quesito desempenho em multimídia (tocar vídeo), mais uma vez me impressiono com o Fudeboo... digo, Classmate PC!
Fudebook na competição de seguidores de linha, no Garoa Hacker Clube, em 2014 (com a presença do Victor "Ubatuba" e do robô Maradona, o cheirador de linhas).
Fudebook no Arduino Day da UFABC, em 2015.
Fudebook no Intel Road Show, no Insper, em 2015.
Fudebook na Campus Party com a turma do LHC, em 2018.
No ABC Makerspace, o Fudebook é presença mítica, praticamente o sócio-fundador:
Fudebook programando o robô Maradona, o cheirador de linha, na primeira sede do ABC Makerspace, em 2014.
Seguramente fazendo nada de importante na primeira sede do ABC Makerspace, em 2015.
Fazendo alguma coisa de útil (?!?!) com Arduino, também na primeira sede do ABC Makerspace, em 2015.
Na segunda sede do ABC Makerspace, programando a placa Intel Edison, em 2016.
Na atual sede do ABC Makerspace, a Wikilab, no campus SBC da UFABC, fazendo o controle da distribuição dos componentes para o nosso homebrew computer com Z80, em 2018.
Claro, fiz alguns upgrades:
O cartão SD de 4GB, que fazia as vezes de HD, foi substituído por um de 16GB (posteriormente por outro de 32GB e, mais recentemente, por um HD "físico" de 80GB);
O sistema operacional original (em alguns casos, Metasys Linux, em outros, Puppy Linux) foi substituído por Lubuntu Linux (mais recentemente, com a presença do "gigantesco" HD de 80GB, inclui o rWindows Xpita em dual boot);
A RAM era de apenas 512MiB DDR2, que foi imediatamente substituída por um pente com 2GiB;
Mais recentemente, a tela original, de 7 polegadas (resolução de 800x480) foi substituída por uma de 9 polegadas (com resolução de 1024x600).
Comparação das telas de 7 e 9 polegadas (sim, eu tenho mais de um e, sim, são do mesmo modelo. Só tirei a forração de borracha que estava desmanchando no Fudebook da direita).
E pra que serve o "mais lento computador de 2008" em pleno 2019? Apesar de ser lento em algumas coisas (navegar no Facebook, por exemplo), é capaz de fazer praticamente qualquer trabalho, incluindo navegar na Internet e, pasmem, tem o mesmo desempenho, inclusive para multimídia, que uma Raspberry Pi 3B+ que, entre outras características, tem processador quad-core de 64 bits @ 1,2GHz (enquanto o Atom N270 do Fudebook é single-core HT de 32 bits @ 1,6GHz).
E foi por isso que, após ver o vídeo do canal Explaining Computers, eu me lembrei imediatamente do Fudebook, que uso quase cotidianamente para as mais diversas atividades (a única atividade para a qual ele realmente não dá conta é fazer apresentações, porque não tem uma saída para monitor externo, onde possa ser ligado um projetor). Sem contar, é claro, que usar o Fudebook é muito mais organizado e prático do que usar uma SBC!
A bagunça de usar uma Raspberry Pi 3 ligada a fonte, monitor, teclado, mouse e caixas acústicas.
Basicamente, as SBC-SoC-GPIO de 2019 ainda não ultrapassaram o desempenho (e organização) de um netbook de 2008!
PS (2022): Novas placas SBC-SoC-GPIO, incluindo a Raspberry Pi 4, finalmente apresentam desempenho superior aos netbooks do final dos anos 2000 e os processadores M1 e M2 da Apple levaram o desempenho dos processadores ARM ao patamar dos processadores x86-64 topo de linha.
Nesse final de semana resolvi colocar em uso um velho notebook que adquiri há uns 4 anos, o IBM Thinkpad 600E, de 1999, com as seguintes especificações: Processador Pentium II Mobile @ 400MHz/66MHz, 416MiB de SDRAM PC66, 60GB de HD, chip de vídeo NeoMagic MagicGraph256 com 2,5MiB de memória, sem aceleração 3D.
Na época, comprei esse notebook devido a seu excelente estado de conservação e, principalmente, por estar rodando o sistema operacional IBM OS/2 Warp 4. Posteriormente providenciei mais memória (estava com apenas 96MiB), um HD maior (estava com apenas 4GB) e um drive de CD (na baia estava um drive de disquetes). Ainda faltava substituir a bateria do relógio / CMOS RAM do BIOS Setup, o que fiz no sábado.
O objetivo é usar esse notebook como o "bola da vez" número 3 para experimentos com OS/2 em multi-boot com outros sistemas operacionais, como descrevo no meu outro blog semi abandonado sobre o sistema operacional IBM OS/2, mas quando o liguei, me lembrei que havia instalado o MS-Windows Xp SP2 pra testá-lo quando troquei o HD, há mais ou menos um ano e, por conta de uma necessidade atual (usar MS-Office para mais um TCC), resolvi levar adiante a instalação para usá-lo na conversão / reedição dos meus arquivos originais em LibreOffice.
O resultado é a instalação e atualização do MS-Windows Xp SP3, MS-Office 2007 SP3 e Firefox 48.0.2, que estou usando agora para editar essa publicação. Apesar do sistema idoso, os números de consumo de memória são absolutamente semelhantes ao do moderno e econômico Lubuntu 16.04 32-bit com Firefox 61.0.1 que uso num netbook de 2009 (o Intel Classmate-PC): 130MiB com apenas o sistema operacional carregado, 280MiB após carregar o Firefox sem abrir página nenhuma e 650MiB ao carregar o mural do Facebook (o que torna esse uso inviável neste Thinkpad com apenas 416MiB de RAM devido ao uso intensivo de paginação / swap de memória virtual).
Apesar da baixíssima velocidade do processador, a operação é razoavelmente confortável e, o mais impressionante: o teclado é o mais confortável em que eu já digitei nesses 35 anos utilizando computadores.
Conclusão
Efetivamente é um computador útil e extremamente confortável para tarefas de computação típicas da época pré-Web 2.0, comuns até o final da década de 2000, onde as aplicações são absolutamente off-line e o on-line se restringia às pesquisas de consulta, uma vez que duas abas de um navegador nem tão atual (Firefox 48.0.2, de agosto de 2016) atingem facilmente o limite de memória física da máquina. De qualquer forma, é um computador valente e ainda merece o último upgrade não-hack possível, que é aumentar a memória para 544MiB. Por fim, e com um pouco de coragem, há a possibilidade do hack de aumentar o clock do barramento para 100MHz (o que exige a troca ou simples retirada dos chips com 32MiB da memória on-board).
Imagem da campanha da Single Board Computer C.H.I.P.
Além de não
entregar os pedidos feitos na loja on-line ao longo do início de 2018, a empresa também deixou pra trás
outro financiamento coletivo de sucesso, que havia captado US$265.331
(sobre US$100.000 inicialmente previstos) que, ao que tudo indica, não
está sendo devolvido para os apoiadores pelo site Kickstarter.
Ai me vem a mente diversas questões:
1. Uma startup, mesmo com produto bom, mercado ativo, campanha
publicitária de sucesso, não se garante e vai pra estatística das
empresas que fecham em menos de 5 anos;
3. O capitalismo perde feio,
uma vez que uma brilhante startup vai pro buraco e a concorrente (e
detentora absoluta do mercado - Raspberry Pi Foundation) é subsidiada
(atividade social - ista) pelo governo inglês (um dos maiores defensores
do estado mínimo / liberalismo econômico).
E o que isso tem
a ver comigo? Simples: Passei os últimos oito anos defendendo e
divulgando makers, startups, empreendedorismo etc. em palestras em faculdades e
universidades e um dos maiores expoentes disso tudo virou um gigantesco
engodo.
Conclusão: Mais vale a minha piada sobre aquele programa
de TV (Pequenas Empresas, Grandes Falências) do que todas as
disciplinas, palestras e cursos de empreendedorismo e administração.
Computadores, eletromecânicos e eletrônicos, são ferramentas úteis para cálculos massivos e processamento repetitivo de dados desde sua criação no início da década de 1940, mas essa utilidade sempre esbarrou na complexidade de seu uso e ai entram em cena as GUIs (Graphical User Interfaces - interfaces gráficas com o usuário).
As GUIs foram inicialmente pesquisadas por Douglas Engelbart a partir de 1959, dando origem ao projeto NLS, no SRI-ARC, culminando com a apresentação de dezembro de 1968 que atualmente é conhecida como "The Mother of all Demos", usando mouse, ponteiro, cursor, edição de texto em ambiente gráfico e "livechat" sobreposto.
Douglas Engelbart na "The Mother of All Demos", de 1968 .
O mais conhecido spin-off do NLS são as pesquisas do Xerox-PARC, que espalharam os conceitos de GUI junto com os computadores Alto ao longo da década de 1970.
Computador Xerox Alto, de 1973.
Posteriormente a Apple se destacou com o primeiro microcomputador comercial de uso pessoal com GUI, o Lisa, de 1983, que foi criado baseando suas ideias nos desenvolvimentos feitos pela Xerox, que cedeu seu know-how para a Apple.
Computador Apple Lisa, de 1983.
O útil
SRI-ARC, Xerox-PARC, Apple e tantas outras empresas e empreitadas que surgiram a partir do início da década de 1980, buscavam sempre uma coisa: A forma mais produtiva com que o usuário pudesse interagir com o computador, de preferência, com a mais curta curva de aprendizado possível, a mais intuitiva. Revistas especializadas chegavam ao cúmulo de contar quantos cliques eram necessários para realizar operações mais típicas, no objetivo de analisar o quanto uma GUI ou seus aplicativos eram mais produtivos e úteis nas atividades cotidianas de trabalho.
Surgem então os manuais HIG (Human Interface Guidelines - diretrizes para interação humana), que são manuais de como os programas devem se apresentar e interagir com o usuário dentro de determinada GUI, para que sejam, dentro do possível, os mais homogêneos entre si, facilitando o entendimento do usuário que, uma vez que tenha aprendido a usar um aplicativo, sinta-se confortável no uso dos demais e tenha a curva de aprendizado ainda mais reduzida.
Capa do HIG para o sistema operacional dos computadores Apple Macintosh.
Desde suas primeiras versões, o "System" dos computadores Macintosh da Apple apresentavam grande preocupação com a beleza e detalhamento das imagens que compunham sua GUI, mesmo no extremamente restrito monitor dos primeiros modelos (totalmente monocromático - P&B, sem tons de cinza -, com apenas 348 linhas de 512 pontos - isso mesmo, resolução de apenas 512x348).
Captura de tela do sistema operacional do Apple Macintosh, de 1985.
Mas é a partir do início da década de 1990 que, com o aumento do poder de processamento dos microcomputadores pessoais, surgem GUIs com elementos mais coloridos, com detalhamento cada vez maiores: O MS-Windows 3, o Apple System 7, o IBM Workplace Shell (GUI do IBM OS/2), o Unix CDE, o BeOS etc.
Captura de tela do sistema operacional BeOS, de 2000.
A beleza e as funcionalidades buscam inerentemente a produtividade e o conforto, mas também a satisfação visual do usuário. É interessante observar que, nessa época (meados da década de 1990 a início dos anos 2000), era comum que alguns usuários "desligassem" certos efeitos visuais das GUIs que utilizavam, visando liberar mais poder de processamento para o trabalho a ser efetivamente realizado com o computador, demonstrando que a usabilidade e a produtividade já haviam sido atingidas e que algumas características das GUIs de então já eram supérfluas para o trabalho cotidiano.
O inútil
A partir dos primeiros anos do séc. XXI surgem as GUIs com efeitos complexos, inclusive usando o poder oferecido pelas GPUs, processadores das placas de vídeo que oferecem aceleração para renderização de imagens em 3D (que, para funcionar, requerem ainda mais processamento da CPU do computador). O Mac OS X da Apple é o pioneiro, seguido pela Microsoft com as versões Xp e Vista do Windows e a criação do projeto open sourceCompiz para Linux.
Captura de tela do compositor de tela Compiz para Linux, de 2007.
Apesar de, nos primeiros anos, esses efeitos consumirem mais poder de processamento do que os computadores "consumer" pudessem oferecer (levando muitos usuários profissionais a continuar "desligando" efeitos), isso logo foi suplantado pelo poder crescente dos microprocessadores e das GPUs.
O problema é que toda a vasta beleza dos efeitos 3D em altíssima resolução, renderizadas em tempo real por GPUs, pouco ou nada contribuíram para a produtividade. Bem pelo contrário, na maioria dos casos, distrai e atrapalha a execução do trabalho objetivado, reduzindo a produtividade do usuário. Ainda pior, algumas características dos elementos que compõem a imagem da GUI vão na contra mão de mais de 3 décadas de estudo do assunto e que já eram muito bem embasados em sua conceituação e definição.
Isso tudo ocorreu em paralelo a outra novidade de então, a web, que se firma a partir do final da década de 1990, e começa a ditar a tendência de como as GUIs (não) devem ser.
O improdutivo
A web comercial, disponível para usuários pessoais, e os microcomputadores pessoais sendo vendidos como eletrodomésticos, geraram uma massa de consumidores que estão mais acostumados com o apelo publicitário do que efetivamente com vantagem prática ou produtiva do equipamento. Assim surgiu a busca do novo, do diferente, em detrimento do prático e do produtivo.
Cada novo software, tecnologia web ou moda de design denota uma nova tendência nas GUIs, que tem pouco ou nenhum compromisso com o produtivo, com compromisso apenas com o comercial, ligado diretamente ao marketing.
Essa tendência da GUI da web acaba por afetar as GUIs dos sistemas operacionais e seus aplicativos, que oferecem novidades gráficas a cada versão lançada (que despreza a produtividade), uma vez que, a cada nova versão, exige toda uma nova curva de aprendizado do usuário apenas para continuar executando as mesmas tarefas. Essa tendência se justifica no fato de que, no séc. XXI, o computador perdeu o foco em ser uma ferramenta de produção de conteúdo e passou a ser um canal de comercialização de produtos, sendo obrigado a se apresentar como algo sedutor para um público que não o necessita como ferramenta de trabalho efetivamente.
"Hashtagueando" como nas redes sociais pós-web 2.0:
#papoNerd #velhoRabugento
Publiquei uma opinião (textaum) no Facebook concordando com um artigo da tnw, baseado num relatório da HackerHank e, pela extensão do meu texto, tem que ser uma publicação aqui no blog (pra não virar mais uma opinião perdida nessas redes sociais voláteis, onde você nunca (re)encontra o que foi lido ou escrito (conteúdo publicado em rede social só serve para a própria rede social... Mas isso é assunto para uma publicação própria). Segue um copiar+colar do meu texto no fb:
"Basta olhar pra média etária frequentadora dos hackerspaces /
makerspaces. São quase exclusivamente clubes adultos (quando não
idosos). A "minha turma", hj na faixa dos 45, começou a programar com
idade entre 10 e 15 anos. Hj, quando aparece algum garoto programando, é
destaque a ponto de virar palestrante em grandes eventos, vide os
meninos Pedro e Matheus (não vou linka-los. Quem está "no meio" os
conhece e sabem de quem estou falando).
A tentativa de reviver a programação
entre crianças e adolescentes feita pela fundação Raspberry Pi é outro
fracasso, basta observar a média etária dos autores de artigos nas revistas
disponibilizadas pela própria fundação e pelos inúmeros sites DIY pela
web (afirmo categoricamente que o Arduino, apesar de não ter esse
objetivo, é muito mais efetivo nesse sentido do que os SBC-SoC PCs).
A Campus Party é outro termômetro: A garotada estava lá exclusivamente
para jogar (mega lan house) e mostrar PCs tunados. Os espaços
hackers/makers/DIY e de divulgação de conhecimento tecnológico
(palestras, oficinas etc.) se compunham só de adultos. Quem "virou"
alguma madrugada acordado viu: Durante as madrugadas, onde os "nerds"
aficcionados costumam mergulhar no desenvolvimento de algo, com o
silêncio e concentração reinante, era de um vazio assombroso, já que
praticamente todo mundo se retirava para o camp ou ia embora. Nem ciclo
de palestras madrugada adentro houve. A própria direção do evento
preferiu evitar esse o público nerd com a eliminação das áreas de
conforto (praças de sofás) para os não-camp, forçando os nerds a irem
embora por não terem um local pra cochilar durante a madrugada."