segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Fim do Linux de 32 bits não mata só uma arquitetura...

#papoNerd #velhoRabugento
 
Há dois anos, talvez mais, foi anunciado que a maioria das distros Linux não teriam mais versões x86, de 32 bits. Ok, praticamente ninguém mais usa essa arquitetura, salvo raras exceções, como eu com o fudebook (Intel Classmate-PC 1.5 / CCE CM52C, com processador Atom N270 de 32 bits).
Fudebook (Intel Classmate-PC 1.5 / CCE CM52C) com telas de 7 e 9 polegadas
(o da direita está sem a forração de borracha, por isso é quase todo branco).
Mas dai, há pouco mais de 3 meses, coloquei em uso o meu velho notebook com processador Core 2 Duo, que apesar de ser 64 bits, me trouxe uma surpresa: os sistemas atuais e suas aplicações (especialmente navegadores) em versões de 64 bits consomem muita memória e fica muito desconfortável usá-los em equipamentos com até 4GB de RAM. Logo, logo ficará inviável (afinal, a tendência dos sistemas e dos apps é sempre "engordar").
CCE CLE225 (originalmente processador Core 2 Duo T6600 @ 2,2GHz, 2MiB de cache L2, 2GiB de RAM DDR2 em single channel, 250GB de HD - atualmente processador Core 2 Duo T8300 T9500 @ 2,4GHz 2,6GHz, 3MiB 6MiB de cache L2, 4GiB 6GiB 8GiB de RAM DDR2 em dual channel, 240GB de SSD). 
Ou seja, os dias estão contados não só para a arquitetura x86, de 32 bits, como também para que tem "pouca" memória.
 
PS (2022): O CCE CLE225 recebeu uma sobrevida (bem sofrida devido as exigências da web em 2022) com os upgrades de processador, memória e HD, mas um outro computador que tenho usado, o Lenovo Thinkpad T60 efetivamente sofre do problema de pouca memória. Apesar dos upgrades, seu limite de memória é de "apenas" 3GiB e, mesmo com processador de 64 bits (Core 2 Duo T7600), usar sistema operacional e aplicativos de 64 bits, especialmente navegadores web, é cansativo (te obriga a ficar monitorando o consumo de memória).
https://technocomp.eu/wp-content/uploads/2018/01/8466.jpg
Lenovo Thinkpad T60 (originalmente processador Core Duo T2500 @ 2GHz, 2MiB de cache L2, 1GiB de RAM DDR2 em single channel, 100GB de HD - atualmente Core 2 Duo T7600 @ 2,33GHz, 4MiB de cache L2, 3GiB de RAM DDR2 em dual channel, 240GB de SSD)

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Single board computers vs. Classmate PC

#papoNerd #velhoRabugento

Hoje, vendo mais um vídeo do canal Explaining Computers, onde foram comparados diversos single board computers, (Raspberry Pi 3B+, Rock64, LattePanda Alpha, Asus Tinker Board, Odroid XU4, LattePanda V1.0, NanoPi M4 e Khadas VIM 2) no quesito desempenho em multimídia (tocar vídeo), mais uma vez me impressiono com o Fudeboo... digo, Classmate PC!
Fudebook na Campus Party de 2015.
Apesar dele ter feito fama participando de diversos eventos (muitos, mesmo) e ser motivo de boas piadas, nunca falei dele aqui no blog... O Intel Classmate PC com processador Atom N270 (carinhosamente apelidado de Fudebook®©™), lançado em 2008, e no qual paguei R$65,00 (isso mesmo, sessenta e cinco reais), no começo de 2014, oriundo de um lote que já era descarte/leilão (mesmo tendo vindo na caixa, com fonte, manual, isopores e, aparentemente, sem uso).
Fudebook na competição de seguidores de linha, no Garoa Hacker Clube, em 2014 (com a presença do Victor "Ubatuba" e do robô Maradona, o cheirador de linhas).
Fudebook no Arduino Day da UFABC, em 2015.
Fudebook no Intel Road Show, no Insper, em 2015.
Fudebook na Campus Party com a turma do LHC, em 2018.

No ABC Makerspace, o Fudebook é presença mítica, praticamente o sócio-fundador:
Fudebook programando o robô Maradona, o cheirador de linha, na primeira sede do ABC Makerspace, em 2014.

Seguramente fazendo nada de importante na primeira sede do ABC Makerspace, em 2015.

Fazendo alguma coisa de útil (?!?!) com Arduino, também na primeira sede do ABC Makerspace, em 2015.

Na segunda sede do ABC Makerspace, programando a placa Intel Edison, em 2016.
Na atual sede do ABC Makerspace, a Wikilab, no campus SBC da UFABC, fazendo o controle da distribuição dos componentes para o nosso homebrew computer com Z80, em 2018.
Claro, fiz alguns upgrades:
  • O cartão SD de 4GB, que fazia as vezes de HD, foi substituído por um de 16GB (posteriormente por outro de 32GB e, mais recentemente, por um HD "físico" de 80GB);
  • O sistema operacional original (em alguns casos, Metasys Linux, em outros, Puppy Linux) foi substituído por Lubuntu Linux (mais recentemente, com a presença do "gigantesco" HD de 80GB, inclui o rWindows Xpita em dual boot);
  • A RAM era de apenas 512MiB DDR2, que foi imediatamente substituída por um pente com 2GiB;
  • Mais recentemente, a tela original, de 7 polegadas (resolução de 800x480) foi substituída por uma de 9 polegadas (com resolução de 1024x600).
Comparação das telas de 7 e 9 polegadas (sim, eu tenho mais de um e, sim, são do mesmo modelo. Só tirei a forração de borracha que estava desmanchando no Fudebook da direita).
E pra que serve o "mais lento computador de 2008" em pleno 2019? Apesar de ser lento em algumas coisas (navegar no Facebook, por exemplo), é capaz de fazer praticamente qualquer trabalho, incluindo navegar na Internet e, pasmem, tem o mesmo desempenho, inclusive para multimídia, que uma Raspberry Pi 3B+ que, entre outras características, tem processador quad-core de 64 bits @ 1,2GHz (enquanto o Atom N270 do Fudebook é single-core HT de 32 bits @ 1,6GHz).

E foi por isso que, após ver o vídeo do canal Explaining Computers, eu me lembrei imediatamente do Fudebook, que uso quase cotidianamente para as mais diversas atividades (a única atividade para a qual ele realmente não dá conta é fazer apresentações, porque não tem uma saída para monitor externo, onde possa ser ligado um projetor). Sem contar, é claro, que usar o Fudebook é muito mais organizado e prático do que usar uma SBC!

A bagunça de usar uma Raspberry Pi 3 ligada a fonte, monitor, teclado, mouse e caixas acústicas.
Basicamente, as SBC-SoC-GPIO de 2019 ainda não ultrapassaram o desempenho  (e organização) de um netbook de 2008!

PS (2022): Novas placas SBC-SoC-GPIO, incluindo a Raspberry Pi 4, finalmente apresentam desempenho superior aos netbooks do final dos anos 2000 e os processadores M1 e M2 da Apple levaram o desempenho dos processadores ARM ao patamar dos processadores x86-64 topo de linha.